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Foto do escritorAndréia Debon

Matera: a fascinante cidade italiana construída nas rochas



Andreia Debon, da Itália - @andreiadebon


Um lugar único no mundo, incrível. Matera, na Itália, é daquelas cidades que você fica paralisado, literalmente de ‘boca aberta’, com tanta beleza e peculiaridade. Mas não faz muito tempo que o lugarejo entrou para o roteiro de turistas do mundo inteiro. Até o início dos anos 1990, Matera, localizada na região da Basilicata, no Sul do país, era praticamente desconhecida. E isso só mudou a partir de 1993, quando conquistou o título de Patrimônio Mundial da Humanidade.


Mas, por que essa cidade é assim tão especial? E por que por muitos anos foi considerada a “vergonha da Itália”? Matera é a segunda cidade mais antiga do mundo a ser habitada – estima-se que tenha cerca de oito mil anos. Desde o período Paleolítico, as pessoas começaram a se organizar em casas escavadas nas rochas (os chamados sassi), em condições muito simples e junto aos animais.. Cada vão era aproveitado. Era uma vida rudimentar. Nas rochas também eram escavadas igrejas.


Com o passar do tempo as famílias foram aumentando, não havia mais onde estocar água, não havia recolhimento do lixo e a atividade pastoril foi diminuindo. As condições de vida eram muito precárias. A taxa de mortalidade infantil chegou a 44%. As pessoas, todas analfabetas, morriam de malária, tuberculose, entre outras doenças. Além disso, as duas guerras mundiais também empobreceram a população.


Por volta dos anos 1950, Matera era considerada uma vergonha para a Itália. O País não concebia que pessoas vivessem em grutas, sem as mínimas condições de higiene. Foi então que o governo da época obrigou os moradores a deixarem suas casas e se transferirem para novas habitações, criando, assim, uma nova cidade. Foram anos de muita tristeza para as famílias. Os moradores não queriam deixar suas residências e vida simples, mas, principalmente, sua história de milhares de anos.



A cidade do Sassi foi, ano após ano, sendo abandonada. Até que em 1986 uma lei nacional financiou a recuperação da cidade e de seu patrimônio. Assim, a cidade foi ganhando a atenção das pessoas, principalmente depois que recebeu o título de Patrimônio da Humanidade. Cineastas a transformaram em local perfeito para a gravação de diversos filmes, entre eles Paixão de Cristo, de Mel Gibson.



Matera é hoje um orgulho para a Itália. Em 2019 foi declarada capital europeia da cultura. Recebe milhares de pessoas todos os anos, de todas as partes do mundo. Visitantes ansiosos para conhecer as antigas habitações, igrejas milenares, obras de arte e caminhar pelas ruas estreitas e cheias de escadas e degraus.


Atualmente, há poucos moradores nesta parte antiga da cidade. Muitas das casas foram transformadas em hotéis, pousadas e restaurantes de luxo. A parte nova da cidade é moderna e desenvolvida. São quase 60 mil habitantes.

Numa próxima viagem para a Itália, inclua Matera no seu roteiro. Visite a cidade com calma. Use roupas confortáveis. Se possível, quando chegar, vá até um Centro de informações e verifique se há disponibilidade de visitas guiadas. Se você estiver num grupo vale muito a pena contratar um guia local. Se desejar se hospedar, minha dica é o Albergo Italia, super bem localizado, pertinho de tudo, inclusive das vistas mais lindas do lugarejo. Nos bairros históricos encontram-se algumas casas grutas nas quais é possível fazer a visita. Entre nos museus, nas igrejas, há dezenas delas.

A melhor opção para se chegar até Matera é alugar um carro. Se você chegar de avião por Bari, a distância é de 73 quilômetros. Se estiver em Roma, 460 quilômetros. Se você chegar de carro deve deixá-lo em um estacionamento no centro da cidade nova.


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