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Foto do escritorAndréia Debon

Pousada dos Capuchinhos: uma experiência que inclui espiritualidade, vinhos e gastronomia

Atualizado: 25 de nov. de 2020



Andréia Debon

@andreiadebon / andreia@bonvivant.com.br



Desde o começo da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, um dos setores mais impactados foi o de turismo. Hotéis e pousadas ao redor do mundo permaneceram fechados por semanas. Na Serra Gaúcha, o turismo, principalmente relacionado ao vinho e a gastronomia, registrava crescimento gradual ano após ano. E nesse período de isolamento social viu seus visitantes desaparecerem. Mas, aos poucos, com as medidas sendo flexibilizadas, o segmento hoteleiro começa a abrir suas portas e a receber os tão esperados hóspedes, mesmo que em número reduzido. E isso graças a uma gradativa retomada do turismo local, aquele em que as famílias viajam poucos quilômetros até chegar ao destino.


E os gaúchos parecem mais dispostos a desbravar seu pequeno território em viagens de curta distância. Tanto é que nos finais de semana alguns destinos ficam repletos de visitantes. E algumas pousadas localizadas em cidades pequenas e pacatas estão chamando a atenção, já que a ordem é relaxar em meio a natureza e estar o menos possível próximo de locais com aglomerações.


E foi o que eu busquei na primeira estadia fora de casa. Há cerca de 100 quilômetros de Flores da Cunha, cidade a qual resido com minha família, na Serra Gaúcha, está localizada a Vila Capuchinhos, uma linda propriedade rural que conta também com uma pousada. Fica no pequeno município de Vila Flores, o qual contabiliza pouco mais de três mil habitantes.

Optei pela viagem em família porque queria proporcionar a eles, e principalmente para a minha pequena Helena, de três anos, momentos diferentes dos quais temos vivido nos últimos tempos. É salutar mudar a rotina, respirar novos ares.


Escolhemos um caminho secundário, afinal também não queríamos trânsito. Andamos por estradas de chão, cruzamos duas balsas, passamos por três cidades até chegar ao destino.

Eu não conhecia a Vila Capuchinhos, mas visitar a propriedade e me hospedar nela estava nos meus planos há tempos. O espaço é administrado pelos freis Capuchinhos da província do RS, por isso, o silêncio, as árvores, as flores e o canto dos pássaros já nos davam uma prévia: teríamos um final de semana de descanso.


Já na entrada percebi que as normas de higiene e distanciamento estavam sendo cumpridas. Álcool em gel, adesivos sinalizadores no chão e a moças da recepção protegidas com máscaras, mas sempre com um “sorriso” nos olhos.

Fizemos o check-in e fomos até o quarto. A limpeza dos corredores e de todo o entorno me chamou muito a atenção. Além disso, estações de álcool gel também estavam dispostas no caminho. Ah, por sinal, tudo muito bonito, decorado com quadros religiosos e outros adereços. O quarto impecável, não somente pela higiene, mas pelo conforto e organização.


O uso da máscara é obrigatório ao circular pelas áreas comuns da pousada. Confesso que, algumas vezes, esquecemos do novo acessório, e tivemos que regressar ao quarto para buscar. É estranho conviver nesse novo ambiente com pessoas mascaradas, mas não é possível relaxar com as medidas de segurança. Se por um lado pode parecer chato, por outro é a certeza de que estamos cuidando da nossa saúde e também do próximo.


Outra regra seguida com rigor pela pousada é com relação as refeições. Tanto café da manhã, almoço ou jantar (os últimos dois podem ser feitos no restaurante da pousada, o qual também serve o café) o sistema de serviço é o buffet - por sinal vale ressaltar que a comida é maravilhosa!


No entanto, quem serve são os colaboradores. Você, usando a máscara, vai até o buffet seguindo normas de distanciamento e escolhe o que deseja colocar no prato. A distância entre as mesas também foi observada.

Finalizamos o nosso passeio depois de um delicioso almoço no domingo. E saímos felizes ao perceber que durante as poucas horas (poucas porque eu ficaria muitos dias por lá) nos sentimos muito seguros. E também que viajar, e se hospedar em um hotel, ainda é um grande prazer que a pandemia protelou, mas felizmente não extinguiu.


Uma pousada que é um encanto

Antes de se transformar na Pousada dos Capuchinhos, o prédio era destinado a jovens seminaristas. Foi construído entre os anos de 1946 a 1950 (ano da sua inauguração) e durante quase 60 anos atendeu a centenas de jovens estudantes e freis. No espaço, além do conhecimento sobre a vida franciscana, eram repassados ensinamentos de como lidar com a terra e dela retirar o próprio sustento. Em 2013 passou por uma reforma e recebeu a aprovação para instalação e utilização de águas termais. O seminário, então, muda a finalidade, mas não perde sua missão: o projeto contempla quatro pilares: espiritualidade franciscana, tratamento de saúde com água termal, aventura e lazer, vinhos e produtos.


Hoje, o complexo de piscinas (cobertas e ao ar livre) é a grande atração. No entanto, nesse período de pandemia, estão fechadas. Mas é provável que em poucas semanas elas já estejam à disposição dos hóspedes, os quais deverão seguir regras preestabelecidas para poderem usufruir.



O ‘Picolo Jardino’ também é um espaço belíssimo. Ao passear você pode ouvir cantos gregorianos que, com certeza, ajudam na contemplação e reflexão. O espaço tem inspiração nos jardins da Europa, principalmente nos jardins de Assis, na Itália, com suas alfazemas, gerânios, limão siciliano e oliveiras.




Outras atrações da pousada: trilhas, áreas de lazer para as crianças, espaços de convivência rodeados por livros e obras de arte, lindos jardins externos, chimarródromo, wine bar, sala de eventos, capela e também um espaço para eventos.




Uma novidade é o piquenique, que pode ser desfrutado tanto por hóspedes como por visitantes, já que é possível adentrar a vila somente para um passeio. Você adquire uma cesta de delícias elaboradas na propriedade e pode escolher um belo local ao ar livre para compartilhar o alimento e relaxar em família. Uma atração à parte são as ovelhinhas que pastam tranquilamente ao seu redor.


Atualmente, a pousada está sendo ampliada. O objetivo é que no final de 2021 estejam à disposição mais 69 apartamentos. Com isso, o total de acomodações chegará a 128. Nos próximos anos também estão previstos outros investimentos, os quais transformarão a propriedade em um grande parque temático.

A Vila Capuchinhos também conta com uma área de vinhedos. Isso porque os freis também elaboram vinhos. Isso mesmo, dentro da Vila há uma vinícola. Se chama Cave dos Fradres. Mas sobre esse projeto eu conto numa próxima matéria.


Due Giorni em Vila Flores

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O pacote inclui hospedagem com café da manhã, o Piquenique dos Frades - ambos na pousada - e jantar no Restaurante Giratório Mascaron, em Veranópolis.


Créditos das fotos: Elson Sausen e Andréia Debon


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