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Barolo e Barbaresco:saiba onde e com que uva esses famosos vinhos são elaborados


O Piemonte, região italiana ainda pouco conhecida dos brasileiros, desponta com uma das mais importantes regiões mundiais para a elaboração de vinhos de alta qualidade. É nesse famoso território que nascem as uvas Nebbiolo, cujas bagas dão origem ao conceituado vinho Barolo e a outro tinto, um pouco menos famoso, mas não menos importante, o Barbaresco. As áreas onde estão implantados esses vinhedos estão localizadas na província de Cuneo, numa área conhecida como Langue e Roero, próximo a cidade de Alba.

O RioTanaro corta esta região, cujas colinas são a marca registrada. O solo é compacto e sólido. Entre os diferentes tipos, destacam-se os calcários-argilosos e os arenosos. As estações do ano são bem definidas. Mudanças bruscas de temperatura entre o dia e a noite permitem alcançar um equilíbrio entre os componentes da uva que originam vinhos estruturados e de vida longa.

Tanto o Barolo quanto o Barbaresco são elaborados com a uva Nebbiolo, em regiões muito próximas, com processos parecidos. Mas, comparando um e outro, percebe-se que são bem diferentes em seu estilo. O Barolo é um vinho vigoroso, imponente. É mais fácil apreciá-lo depois de alguns anos de envelhecimento. No mínimo seis, oito anos. Tem uma produção bem maior que a do Barbaresco, que é um vinho mais elegante e delicado.

A uva Nebbiolo, cuja primeira referência documental data de 1268, é conhecida pelos taninos marcantes e pela personalidade que mescla estrutura e finesse. É a variedade mais antiga do Piemonte. Sua colheita é tardia, geralmente em meados de outubro, com ciclo vegetativo longo, sendo a última das castas piemontesas a amadurecer. Seu nome deriva de "nebbia", que significa neblina. É considerada a rainha das uvas tintas. A exemplo da Pinot Noir, na Borgonha, a Nebbiolo raramente adapta-se bem fora do Piemonte. São raros os Nebbiolos de qualidade fora do norte da Itália.

O Barolo é produzido em 11 pequenas cidadezinhas localizadas próximo a cidade de Alba. Entre elas está Barolo, lugarejo que leva o nome do vinho, La Morra, Monforte, Serralunga d’Alba, Castiglio Falletto, Novello, entre outros. Pequenas comunidades cercadas por imponentes castelos medievais e que encantam pela beleza de sua arquitetura. Em Barolo também está localizado o Castelo de Barolo, uma antiga edificação que conta a história deste vinho durante os séculos. Esse vinho também é conhecido como o Rei dos Vinhos ou Vinho do Reis. Isso porque era o preferido do rei Vitor Emanuel II, o primeiro rei da Itália após sua unificação em 1861.

Do charmoso lugarejo de Barbaresco, aninhado bem no alto de uma colina, e de outras pequenas zonas, como Treiso, Neive, além de parte da cidade de Alba, provém o vinho Barbaresco. É conhecido como o Príncipe dos Vinhos por ter o mesmo caráter do Barolo, porém com menos estrutura e longevidade. Este vinho começou a ganhar notoriedade mundial depois dos anos 1960 e hoje também tornou-se grife de luxo no mercado mundial de vinhos principalmente porque o paladar de grande parte dos consumidores pede vinhos mais leves.

Regras DOCG

Os vinhos Barolo, Barbaresco segue normas rígidas de Denominação de Origem Controlada e Garantida (DOCG). Essas regras garantem qualidade a esses vinhos.

Barolo: Só pode ser produzido 100% com a uva Nebbiolo. A produção máxima por hectares não pode ultrapassar os oito mil quilos. Deve envelhecer no mínimo 38 meses, desses 18 em barricas de carvalho. Só pode chegar ao mercado a partir do dia 1° de janeiro do quarto ano depois da safra. O Barolo Reserva deve envelhecer 62 meses, desses 18 meses em barricas de carvalho. Chega ao mercado cinco anos após a colheita.

Barbaresco: A exemplo do Barolo, este vinho também só pode ser elaborado a partir da uva Nebbiolo. A produção máxima por hectares não pode ultrapassar os oito mil quilos. Deve envelhecer no mínimo 26 meses desses nove, em barricas de carvalho. Só pode chegar ao mercado a partir do dia 1° de janeiro do terceiro ano depois da safra. O Barbaresco Reserva deve envelhecer 50 meses desses nove, em barricas de carvalho. Chega ao mercado cinco anos após a colheita.


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